Evolução tecnológica em laboratórios de I&D
Certamente todos nos lembramos de termómetros de vidro com mercúrio. E com certeza hoje são poucas as pessoas que continuam a usá-los em casa. Porquê? Porque a tecnologia chega até às coisas mais quotidianas. E se uma simples mudança como essa chegou até às nossas casas, já imaginou como será a mudança do dia a dia de um laboratório de Investigação e Desenvolvimento?
As instalações de Castellbisbal (Barcelona) albergam o laboratório de I&D especializado em impermeabilizações betuminosas, impermeabilizações líquidas e a gama de isolamentos acústicos Tecsound®. Os instrumentos mais comuns nessas instalações são dinamómetros para testes de resistência mecânica, equipamentos cold flex ou cold flexive, microscópios; o ponto de fulgor para determinar a temperatura de autoignição de alguns elementos em estado líquido, durômetros, muflas, entre muitos outros. Esses dispositivos foram usados há 20 anos e ainda são usados hoje. A única ou principal diferença é que, ao longo dessas duas décadas, os processos de processamento das informações obtidas por meio desses instrumentos mudaram. E tudo graças aos avanços tecnológicos.
Aperfeiçoamento tecnológico: processamento de informações
Como já mencionado, os aparelhos que podem ser usados num laboratório são os mesmos de há 20 anos atrás e o que mais mudou foi a obtenção da informação e o seu tratamento. Hoje todos os dados são sistematicamente armazenados em bases de dados informáticas, que podem ser consultadas a qualquer hora e de qualquer lugar. Nos anos 2000, acabaram os dias dos resultados dos testes de caligrafia e de armazená-los no papel. Atualmente, os dados obtidos são armazenados em formato digital, os relatórios podem ser gerados imediatamente e até mesmo testes diferentes podem ser armazenados no mesmo arquivo.
Foto: Micrómetros
Eficiência e gestão do tempo
Uma consequência positiva deriva da melhoria do processamento da informação: eficiência e gestão do tempo.
O nível de produtividade aumentou em comparação com 10 anos atrás. Por exemplo, existem atualmente no mercado mais de 400 tipos de membranas de impermeabilização. Essa casuística significa que os controles de qualidade e as regulamentações exigidas pelo mercado também aumentaram. E, conseqüentemente, os dados que são obtidos.
O gerenciamento de todas essas informações também pode ser processado e analisado mais rapidamente do que antes. Os avanços tecnológicos em dispositivos de laboratório permitem que dados sejam obtidos, armazenados e explorados através da nuvem, estatísticas e comparações, buscas mais rápidas e, acima de tudo, compartilhamento de todas essas informações. Esta partilha tem permitido a geração de sinergias muito mais efetivas e imediatas entre as diferentes participadas do Grupo Soprema.
Foto: Dispositivos de ponto de inflamação ou ponto de virada
Objetividade dos resultados
Em 2005, foi estabelecida a norma europeia UNE 13707:2005 sobre “Placas flexíveis para impermeabilização. Lâminas betuminosas com reforço para impermeabilização de coberturas. Definições e características”. Este regulamento representou uma unificação harmônica em toda a União Européia, tanto para os dispositivos quanto para os métodos de teste utilizados.
Esta ação teria sido muito complicada de realizar sem um avanço tecnológico que permitisse uma coleta de dados muito mais eficiente, precisa e imediata. Antes, os aparelhos de medição não eram eletrônicos e o fator humano era necessário para a obtenção dos resultados, levando a uma margem de imprecisão muito maior.
Um exemplo claro e gráfico do setor betuminoso é a flexão a frio ou flexibilidade a frio, um teste muito específico para verificar como as placas betuminosas se comportam em temperaturas frias. Há aproximadamente 20 anos, esses testes eram feitos manualmente. Isso envolveu ter um bloco de madeira submerso em um fluido na temperatura necessária e dobrar a amostra seguindo o raio da madeira em 3 segundos. Esses 3 segundos que uma pessoa poderia fazer em um teste não eram tão precisos ou homogêneos quanto os que uma máquina pode fazer. O fator humano implica sempre uma margem de erro muito maior do que a obtida por uma máquina.
A homogeneização dos procedimentos com maquinário e tecnologia, aliada à confiabilidade e precisão dos resultados, tem permitido que uma pessoa de outro país realize o mesmo exame, com os mesmos equipamentos e as mesmas características.
Foto: Termómetros
Novos materiais
Por fim, os avanços tecnológicos têm promovido a criação de novas soluções construtivas. O mercado tornou-se mais exigente e específico, exigindo produtos diferentes para cada situação específica de trabalho. Por exemplo, as placas de impermeabilização de estacionamentos, como a Morterplas SBS Parking, surgiram no início dos anos 2000 como uma necessidade do mercado para impermeabilizar coberturas de estacionamentos e plataformas de pontes rodoviárias. Também há cada vez mais solicitações sustentáveis, adaptando-se às novas tendências e necessidades de consciência social e ambiental. Por exemplo, neste sentido, há 20 anos não se ouvia falar em membranas D-Tox, membranas descontaminantes de alto desempenho.
Foto: Viscosímetros
Assim, a tecnologia trouxe e trará muitas mudanças e inovações nas áreas de Pesquisa e Desenvolvimento da Soprema, e seus especialistas e profissionais continuarão se adaptando a elas de forma constante e progressiva para se atualizar e assim continuar contribuindo para o futuro da construção.